O pinto perto da pia. A pia perto do pinto.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O tempo do café

Helena carregava nas orelhas um par de tranças que só dependiam de um laço e das pequeninas mãos da menina para deixarem de ser tranças. Ela corria em direção ao quarto da avó e sem se dar conta que quase derrubara a cristaleira da sala de estar, apoiava-se na moldura do espelho para refazer suas trançarolas. Helena poderia ficar o dia inteiro desfazendo e refazendo seu penteado como se ela fosse capaz de coser e não deixar marcas, brincando com seu fino e já ralo cabelinho, mas todo o processo desde a escolha da cor da fita para amarrar até a sua contemplação que era o sinal de que ela e a avó já poderiam sair para caminhar, duravam apenas o tempo de preparar o café. Dali em diante a menina só enrolava em frente ao espelho.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Colégio ou escola?

PRECISO escrever sobre isso. Talvez como um desabafo e principalmente por livrar a minha pele da responsabilidade, da obrigação e da própria consciência (que não deixa de ser MINHA também). Assistimos hoje, eu e dois amigos, um documentário que mostra a real situação do ensino ou dos estabelecimentos que deveriam fazê-lo no nosso país, o Brasil. A sensação de impotência grita diante de jovens que alegam que até os mais ricos roubam -estes que quando chamavam a sua atenção denunciavam ao professor o resto da classe que bagunçava; ou a precária condição dos ônibus que levam estes alunos a uma cidade com escolas de ensino médio e toda a FALTA DE HIPOCRISIA característica de um filme deste gênero. O que mais choca não são os livros didáticos que nunca chegam, a merenda que francamente serve como refeição diária para estas crianças, nem a diferença social entre jovens que formam a elite de São Paulo e aqueles que conseguem de alguma forma desconhecida um VINÍCIUS que educa, em Pernambaco, terra natal do excelentíssimo senhor nosso presidente. A dó, bem longe de qualquer nota musical e de alguma faculdade pública, que eu sinto agora é que tudo isso é resultado do descaso. E nós somos obrigados a concordar que na nossa TV (de plasma, devo acrescentar a diferença entre colégio e escola dá nó na garganta; só quem sentiu isso pode dizer como sufoca. E ainda pior é que não sabemos se a atual situação do ensino do Brasil serve como estímulo ou se o melhor é gargalhar, eu, como parte da rede pública. Porque com criança, meu senhor, com criança não se brinca.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A minha língua...

Pensei que estivesse doente. E prometo que se for verdade, ficarei bem. Ultimamente ando desconfiando muito das coisas... e dos doentes.
Falaram que viver em tal século ou ser filha de um farmacêutico falecido não são definições muito claras. E posso explicar: eu falei.
Acho que uma pessoa SIGNIFICA o que ela faz. Mesmo que seja ter medo de peixes e achar que eles estão bons lá no aquário, só lá.
Falaram também que pessoas doentes precisam de ajuda, de um psicólogo bom, bonito e barato. Falaram dessa vez que eu sou teimosa por não acreditar.
Continuei andando...


É a língua que eu falo. Mais ou menos assim: se alguém está assisindo alguma apresentação e acha que sabe mais sobre a piada que o humorista contou, vai rir mais alto pra mostrar pra outra pessoa (que talvez tenha algo em comum por saber essa possível informação) que entendeu.

Acho que preciso mesmo de ajuda. Dessa vez EU FALEI que posso mudar de ideia...(sem acento);D