O pinto perto da pia. A pia perto do pinto.

sábado, 25 de junho de 2011

Lenine

Fazia tempo que eu não aceitava um desafio e eu não sei como fazê-lo.

Pedi socorro a um amigo meu (esse aí que tá favoritado) porque tava com dificuldade pra escrever mesmo querendo muito... este texto tratará sobre o Lenine - apesar de eu saber bem pouco sobre o cantor.
Como falar sobre alguém que você desconhece? O nome (talvez artístico), a profissão e o tamanho do cabelo. Vou resumir: Lenine é, ao meu ver, um cantor com um cabelo.

Nunca prestei atenção em como ele é magro (posso falar somente sobre as características físicas porque ele tá cantando "Ela gritava 'a, é, i, o, u, ypsiloni" na TV neste exato momento) nem nos seus olhos azuis - muito azuis mesmo e limpos.

O Lenine é pra mim um cantor, cabeludo, magro, de olhos claros e que vai acordar os meus vizinhos em breve se não parar de gritar. Se alguém tocasse nesse assunto e cantasse alguma música bem conhecida dele, eu talvez conhecesse até a música! Conheceria bem mais do que esse meu amigo que propôs o desafio que pensaria em Leminski ou Lenin, nunca no Lenine. Se bem que ele lembrou do cara com tanta naturalidade e propriedade que poderia mesmo é ter escrito uma biografia: "Lenine - o cantor magrelo de olhos claros".

Magro, cabeludo, olhos claros, cantor, eu sei mais sobre ele do que o meu amigo... lembrei de outra coisa! Eu sempre achei meio velho porque me baseio nas idades das pessoas que gostam dele. De quem mais eu posso estar falando que não seja o LENINE?

Nasceu na Bahia, estudou no colégio "Santo Amaro" em Feira de Santana. Aos oito anos de idade já tocava seu violão com maestria e fez aulas de francês na adolescência. Sempre quis ser cantor e músico. Estudava 9 horas por dia e aos finais de semana tocava nas ruas centrais da cidade, além de dar aulas particulares às crianças de uma ONG.
Todas essas informações,possivelmente seriam identificadas como wikipedianas, são falsas.
Inventei porque não sei nada dele mesmo.

Sei muito na verdade: um cantor, com cabelos longos, olhos azuis, magro, meio velho e que eu conheço o suficiente pra lembrar quem é, apesar de não saber quem é.

Peço desculpas, não a você leitor que nunca entende nada mesmo, mas ao grande mestre Lenine que me ensinou que este texto não é sobre ele e sim sobre o desespero de não ter o que falar e ter que falar sobre o que não se tem nada pra falar mesmo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

Change

Puts! O primeiro semestre desse ano virou pra mim e deu dois tabefes na minha fuça:
"Vai, otária! Acredite nas pessoas..."

Eu, apesar dos pesares (e devo dizer que agora percebo que nem foram tantos assim), continuo acreditando nessa gente mentirosa.
A primeira grande decepção foi no primeiro emprego: escolhi a faculdade ao lugar que continuaria, com todas as promessas, me tirando mais energia que pagando benefícios.
Túmulo, túmulo, túmulo.
Decepção 1: sai daquele lugar como eu entrei e aprendi o quanto posso ser íntegra. Eles, descontaram até as minhas calças e aumentaram os salários. Todas as notícias que eu tenho de lá são positivas: um lugar excelente pra trabalhar, estilo google. Eu AINDA prefiro os grandes escritores.
Daí, quando você pensa que nada mais pode dar errado, você encontra alguém que parece ser a pessoa certa. O primeiro namorado.
Túmulo, túmulo, túmulo.
Decepção número dois: o bambino diz não sentir mais nada por você e acha que está tudo bem desse jeito. A semana, anterior ao dia dos namorados, parece ser infinita. Mas o tempo... Ah! Com este não se brinca. Você descobre algumas coisas passadas e percebe o quanto você é maravilhosa por fazer tanto, como ninguém faria, e ainda assim ser a idiota.
Recuperada dos traumas, você já está pendurada nas faltas na matéria mais importante do seu curso.
Túmulo, túmulo, túmulo.
Decepção terceira: você não pode faltar UM dia exatamente na época em que não quer olhar nem pro espelho. Nunca estudou tanto, nem leu tanto, nem cresceu tanto. A faculdade localizada na esquina do quinto dos infernos é linda, desejada. Suas notas melhoram, você recebe várias oportunidades de estágio.
Os amigos que sempre estiveram por perto, aparecem novamente. Você sai, vai ao teatro, canta, dança, representa. Um amigo, no entanto, tranformou-se durante o tempo e já não é mais o mesmo.
Túmulo, túmulo, túmulo.
Decepção final (até às 19h09min do dia 19 de junho): ela diz que você (e o resto do grupo) sempre tiveram melhores oportunidades que você porque acabou o gás e os 34 irmãos mais novos... Nossa! Você lutou O TANTO QUE PRECISOU pra chegar onde está. Isso basta.
Isso aqui, meu povo, não é um livro de auto-ajuda. Meu semestre até agora foi mais ou menos assim. E eu estou tão convencida de que apesar de ser mimada, por vezes imatura e quase sempre a que se acha a "dona da verdade", aprendi tanto, tanto com essas pessoas quanto eu gostaria que elas tivessem aprendido em muito tempo porque um dia elas aprenderão e espero que com outras pessoas muito melhores que elas.

Daí você encontra uma oficina de Clown e se sente segura.

sábado, 18 de junho de 2011

Voltei

Alguém já parou pra pensar o quanto é absurda a idéia de olhar para alguém e isso ser um crime?

Quando estamos parados no trem, no ponto de ônibus, na fila do mercado, além de não conversar com pessoas que não conhecemos (ou seremos carentes, atirados ou ladrões) não podemos olhar pra ninguém também porque se essa pessoa perceber o clima pesa.
ENCARAR hoje em dia é feio, é falta de educação, é querer ouvir a fofoca dos outros - estamos confundindo as coisas, pessoal! Pra ouvir a conversa alheia, basta tirar o fone do ouvido e torcer pra que ninguém esteja ouvindo música ruim em volume alto; não precisamos, necessariamente, voltar a cabeça pro lado dos fofoqueiros.
Olhar é muito mais objetivo (juro que não estou desmerecendo os outros sentidos) e AINDA não é proibido. Olhar pra roupa que as pessoas vestem, julgá-las pela aparência ou perseguir alguém com os olhos, roubar, sequestrar, matar... aaaah, isso sim merece cadeia! No entanto, pra isso existem os desfiles - pessoas pré-dispostas a serem observadas pelo que vestem (e pasmem: ainda pagam pra ver!) ao contrário ninguém quer ser observado, apesar dos trinta e nove espelhos dentro de casa. Sobre as aparências e mortes nem comento: as nossas sociedades de consumo nunca ensinaram tão bem o português como ensinam essas matérias.
As pessoas deixam de encarar e não observam o comportamento das outras. Eu, por exemplo, adoro olhar a galera do trem e acho que por isso gosto tanto do que eu sou e detesto tanto coisas que eu também sou.

Vamos encarar, gente! As pessoas que estão do nosso lado são muito mais reais do que qualquer coisa. Elas precisam ser vistas e aquela idéia de "olhar pro próximo" deve ser levada, pelo menos, ao pé da letra.